Meu ouro
Tenho na pele o pó da estrada.
Trago em mim a savana,
a barrenta voz do rio, o estio.
Trago África nos passos,
na boca seca,
nestas mãos que te sabem do caminho.
O resto é memória de pássaro
que vê outros nos mesmos céus profundos
e o que me sobra da terra seria nada
não foras tu o meu ouro.