AMOR PEQUENINO

Aquilo, que nasceu tão pequenino,

que era fraco e tão franzino,

que mal aparecia sobre a relva...

O pequeno sentimento, que era uma migalha,

cria forças, e tão rápido se espalha,

tornando se grande, como uma selva...

Seu som, que era de um pequeno sino,

se tornou alto, como se fosse um hino,

e vai se tornando valente e muito feroz...

Todo dia, traz me a amargura, e nunca falha,

passa a me ameaçar, como uma navalha,

querendo dominar de vez, a minha voz...

A pequena luz, que aparecia na aurora,

cresceu, e o meu viver devora,

me atirando, sem piedade, na clausura...

Não tem mais, a leveza de uma palha,

toda minha alegria, ele estraçalha,

minha felicidade, recebeu uma censura...

Apesar de tudo, meu corpo ainda resiste,

não se dá nunca por derrotado, e insiste,

enfrentando com coragem esse predador...

Apesar da saudade que so me atrapalha,

o meu cérebro em silêncio trabalha,

tentando a todo custo, se livrar do seu amor...

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 07/09/2007
Reeditado em 04/04/2009
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