Chuva quente. Sol frio

Estava perdido subliminarmente,

Transformei a verdade em uma mentira doente,

Deixei de ser um questionador por me tornar um desistente,

A verdadeira forma de um romancista delinquente,

Os raios de sol se transformaram em tempo chuvoso,

Aquecendo-me com seu frio que penetrava até o osso,

Meu porto se tornava um castelo rochoso,

Alagando-se por um temporal maravilhosamente choroso,

Estou me afogando para o fundo do mar,

Quero me embebedar nessas curvas marítimas até desmaiar,

Me leve até o fundo para a escuridão molhada me carregar,

Nunca pensei que uma simples água me faria voltar a realmente gostar,

Me inclua em seu destino, vamos juntos, deixe-me embebedar,

Hoje é um marco histórico para minha criação,

Me confundo entre benção ou maldição,

Sei que não tenho direito de fazer tal menção,

Esse é o mar mais doce que faz-me bater o coração,

Seu ritmo é silencioso,

Diga-me o que lhe é precioso,

Não sou um navegador raivoso,

Quero que me afogue em seu lábio maravilhoso,

Quero que essa navegação chegue a seu ponto final,

Que a mensagem da garrafa seja sentimental,

Tornando-se um vínculo essencial,

Entre esse sobrevivente e o calmo temporal,

Perdoe-me sol, mas nuvens sorridentes me cativaram,

Suas ondulações de cabelos me prenderam e me amarram,

Perco-me em sentimentos que se desgastaram,

Não me odeie mas essas águas me aprisionaram.

Corvo Cerúleo
Enviado por Corvo Cerúleo em 15/08/2018
Reeditado em 15/08/2018
Código do texto: T6419452
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