Minha busca

Corro os olhos por almas, na cata dum olhar,

ou talvez apenas aquele sorriso roubado.

Então vou num serelepe agreste caminhar,

pelos abraços, laços, dum algo desejado.

E no afã dum afago, um riso, outro chorar,

aqui, ali, lá, vou tentando ter um agrado.

O vazio que me devora, implora, põe a orar,

vem do coração, que quer amor denodado.

Corro os olhos no fado, vejo o tempo passar,

o peito sofredor, e já com o fim tão cansado.

Sem sequer ter uma estória pra poder poetar,

se acostumou com uma solidão, está calado.

Quer versejar a rima perfeita com o tal amar,

ainda busca, não consegui estar parado...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2018, 11 de agosto - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 11/08/2018
Reeditado em 30/10/2019
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