PAI
Onde estão aquelas mãos?
Onde está a melodia?
Vou buscar teu violão
E abraça-lo junto ao meu coração...
Pai, quanta saudade sinto de ti!
Queria tanto ter-te aqui!
Lembro-te o dia todo
Ouço-lhe a voz,
Teu jeito pausado de falar
Quando estávamos a sós...
Meu pai tanto tenho a lhe contar,
Nada foi como eu pensava,
Lembra-te de quando meus planos lhe contava?
Pois é, eu não ouvia o que me aconselhava...
Pai, o que tenho sofrido não é mais
Do que muitos sofrem por aí,
Mas em meus dias atribulados percebo que estás vivo
Quando teus amigos te reconhecem em mim,
Quando a música invade meu peito
E eu canto sem querer, assim do teu jeito...
Pai, sei que o tempo não volta,
E é por isso que tua filha aqui hoje chora,
Soubesse eu naquela época, um pouco do que sei agora,
E eu não teria partido pra longe, indo embora...
Pai, a saudade irá sempre me acompanhar,
Mas te juro, nunca deixarei apagar,
Essa voz e a música que deixas-tes em mim,
Cantarei pela vida sempre, do teu jeito assim...