Soneto da MULHER AMADA
Soneto da MULHER AMADA
Você mulher, tendo os olhos escuros,
Mãos loucas, leves, suaves e sem fim,
Quem é você que sempre está em mim,
Que sou impuro, deveria estar nos puros?
Você mulher, tendo lábios tão maduros,
Com rosto infantil, como criança assim,
Onde foi criada, pois é boa para o ruim,
Irônica e fatal para meus versos duros?
Mulher fugaz, sem direito, sem ninguém,
Minha alma agora nua soluça por você,
Não é poética, nem poeta, não é alguém.
E é tão pouco mulher, mas não sei porque,
Se tal fosse, seria má, seria boa também,
Seria amante e não teria muito a dizer.