Ao amor que não pude viver...

Meu amor, tive de apagar a luz que brilhou em mim.

Minha felicidade foi breve e frágil como a vida das borboletas...

Eu desejei cultivar um belo jardim numa terra infértil,

Pois nosso amor sempre foi impossível.

Verei a passagem dos anos de forma diferente…

Tudo mudou definitivamente em meu ser.

Abri mão do mais lindo e verdadeiro amor que a vida me ofertou

E vi minha alegria sepultada por um olhar indiferente, apático.

Já não há tempo para a dor ou para o luto…

A vida pulsa e ela sempre será mais forte.

Da luz que surgiu, nasceram sombras acolhedoras

Como as singelas sombras das árvores nos dias de sol intenso.

Sombras que são resquícios do brilho de outrora

E que me acompanham na jornada incerta até a escuridão final.

A escuridão que torna todos iguais e que vence a luz e as sombras.

A escuridão que acalenta a angústia dos que sofrem.

Mas antes que a escuridão cegue meus olhos e paralise os meus passos,

Antes que o meu tempo se acabe neste caminho que sigo,

Apenas quero que saiba que levo o amor em meu peito.

Sim, eu o levo e ele me leva, somos um elo alquímico.

Ele renasceu em mim para me mostrar que sou plena.

Ele seguirá comigo fielmente, jamais me abandonará.

Ele surgirá nas noites enluaradas para me fazer sorrir;

Ele fará o vento soprar em meu rosto para eu sentir seus lábios;

Ele me abraçará com a força das ondas do mar

E me fará adormecer ao som de cânticos xamânicos.

O amor nasceu dentro de mim e florescerá…

Ele crescerá como as árvores que tocam o céu.

E em cada fruto, lembrarei dos seus olhos brilhantes

E cantarei versos de amor ao universo

Para agradecer pelo amor que não pude viver.

MCSCP

Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira (MCSCP)
Enviado por Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira (MCSCP) em 04/08/2018
Código do texto: T6409573
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