FECHEI OS OLHOS
Então esqueci de sonhar aquela noite,
E agora que amanheceu, não posso resgatar aquele momento,
No ar um vapor que se despede, era o tempo em seu constante desenhar,
E eu guardava um adeus que somente Deus parecia ouvir,
No limite de tudo, a luz fraca bastava para clarear tamanha escuridão,
E as sombras dos moveis de madeira fria desenhavam o chão,
Eu era apenas mais um sob tanta estrelas,
Que procurava respostas no infinito, mais mudo que meus próprios lábios,
Os olhos em suas doces bobeiras queriam acreditar que eram dois pontinhos brilhantes,
Como aquelas estrelas que compunham o céu da madrugada,
Esperando que de longe você pudesse ver,
Esse desejo desesperado, desencontrado, querendo atravessar as milhas do mar,
E eu desejava que o tempo fosse flor temporã de inverno,
E eu desejava fazer de um momento o paraíso neste inferno,
Para suportar mais um minuto, sem sentir a maviosidade de seu respirar,
Então o sono que parecia ter me abandonado,
Venho mansamente me abraçando,
E na cama de lados distantes com um eu no meio,
Fechei os olhos para sonhar e não ver o tempo passar,
Minha alma viajante, quem me dera possa essa noite te encontrar,
Fechei os olhos, para quem sabe essa noite, nas asas dos sonhos voar,
E nunca mais me esquecer de você, e nunca mais me esquecer de sonhar.