Menino descoraçado
Menino descoraçado
Marginal das letras vadias
Descoisou meu coração coisado
Atiçou os meus instintos mais ousados
Trouxe vendaval no caos
Bagunçando o que já estava bagunçado
Instigando minhas convicções
Desvendando o que não é vendado
Onde te cabe
Te coube
Num conteiner
De 2 metros quadrados
Esqueceste teu coração
Descoraçado
Alimentaste teu corpo
Com acordes de furor
Estancastes tua ferida
Com o cálice de dor
Nestes versos
Eu, poetisa que sou
Não sou
Te entrego a minha escrita
Para que leves
Seja leve
Por onde quiseres
Te levo
Ainda que na infidelidade dos sonhos
Te carrego
Para fidelidade da vida
Te roubo
Os teus versos
Com tuas letras vadias
Te espero
No precipício
Se for lá
Nosso lugar "
26/06/2018