Ardente

Trago a noite ao teu corpo

e nele me encho de pedras e silêncio.

Deserto seria se não respirasse,

se não tivesse tantos dedos e vozes,

tanta vontade amarga,

tão ferozes dentes na carne que te ofereço.

Somos do amor o veneno,

a necessidade,

a guerra em que sedentos

queremos matar e morrer.

Trazes a noite ao meu corpo

e nele te enches de pedras e silêncio.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 29/07/2018
Reeditado em 30/07/2018
Código do texto: T6404011
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