Ardente
Trago a noite ao teu corpo
e nele me encho de pedras e silêncio.
Deserto seria se não respirasse,
se não tivesse tantos dedos e vozes,
tanta vontade amarga,
tão ferozes dentes na carne que te ofereço.
Somos do amor o veneno,
a necessidade,
a guerra em que sedentos
queremos matar e morrer.
Trazes a noite ao meu corpo
e nele te enches de pedras e silêncio.