Sonata
A saudade dessa moça
Ainda mora comigo.
Às vezes tem tanta força
Que mais parece castigo.
Quem dera os beijos de outrora
E o calor dos seus abraços.
Sonho com ela na aurora,
Na calçada ouço seus passos.
Se é loucura ou devaneio,
Não sei bem do que se trata...
Mas pensar nela é enleio,
Como ouvir uma sonata.
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N. do A. – Na ilustração, Estarei Esperando por Você de Vladimir Volegov (Rússia, 1957).