PROPOSTA
Não entendo o pavor!
Porque autossabotagem afetiva?
Este medo paralisador.
Tal armadura deixou-te torpor.
Escolhi para ti vocábulos adequados
E os anuncio em silêncio acolhedor.
Cá estou, lavrador de fonemas.
Vem cá ver o ordinário.
Entender o senso comum.
Minha métrica não tem padrão.
Cultivo palavras por anos,
mesmo as sem cor.
Ainda assim, insisto em descascá-las.
Dou vários sentidos a palíndromos.
Do meu assoalho linguístico recolho
Rama, amar, amor, romã.
Não escrevo decassílabos
Não me obrigo a usar rima vã.
Vem cá! Não fala nada.
Amemo-nos.