Diante da Colina
A bela noiva perdida está naquela verde colina
Com o coração triste e sombrio diante a ruína
Seu enlace nupcial na Catedral acontecia
Em suas tristes lágrimas o sofrimento se via
No amor que era feito ao vento cheio de força
Caminhava na inocência de uma linda garça
Beijos flutuam em belas nuvens a suavidade
Brejeira e inquieta doçura de sua jovialidade
Uma belíssima noiva diante à colina sofria
Ela em lágrimas foi abandonada e ficou fria
Um homem ardiloso e cruel aos golpes sorria
Suas mãos dilaceravam aquele amor que vivia
O céu era tudo do mais belo e ela se despedia
O véu do puro branco em um escarlate se fluía
O mel das doçuras era a Lua dos seus sonhos
O fel no amargor trazendo pesadelos medonhos
Um bem-te-vi na natureza tão verde cantava
Um beija-flor inquieto às abelhas chamava
O abutre em sua vil e cruel virtude espiava
Um escorpião venenoso que atravessava
Um aflorar cruelmente à morte na bela colina
Distante chegava uma sirene e uma alta buzina
Desespero e perversidade diante do azul céu
A fértil terra cobria a noiva feito um imenso véu
Em um súbito instante todo o céu escureceu
A beleza em virtude da noiva se esmoreceu
A natureza em justiça lhe deu um presente
Nas assassinas mãos um picar ardentemente
Atravessava o assassino um dourado escorpião
D'entre correntes sanguíneas até o seu coração
Sua morte foi tão dolorida e ali o seu pulso parou
Diante da colina a natureza na morte se vingou.