CANÇÃO DO EXILADO.
Este sentimento tão superior,
Enaltecido entre os demais,
Tornou-me tão inferior,
Dizendo ao coração… Nunca mais.
Sentimento de tamanha beleza,
Enaltecido entre os demais,
Eu me rendo diante de tal realeza,
Dizendo ao coração… Nunca mais.
Sentimento que tornou-se dominador,
Enaltecido entre os demais,
Da minha vida tornou-se senhor,
Dizendo ao coração… Nunca mais.
Este sentimento cada vez mais forte,
Enaltecido entre os demais,
Muito superior do que a própria morte,
Dizendo ao coração… Nunca mais.
O meu anjo ledo é uma obra prima,
Enaltecida entre as demais,
O êxtase da criação divina,
Dizendo ao coração… Nunca mais.
A sua face tão resplandecente,
Enaltecida entre as demais,
Enlouquecendo minha alma tão inocente,
Dizendo ao coração… Nunca mais.
O anjo ledo me domina por inteiro,
Enaltecida entre as demais,
Eu sou apenas um simples cancioneiro,
Dizendo ao coração… Nunca mais.
De olhar reluzente e pequeno,
Enaltecida entre as demais,
Acorrentando este poeta tão ingênuo,
Dizendo ao coração… Nunca mais.
Amor este tão forte e dantesco,
Enaltecido entre os demais,
Inalcançável, indestrutível e gigantesco,
Dizendo ao coração… Nunca mais.
Um escravo tornei-me desse amor,
Enaltecido entre os demais,
Crescendo na pétala da eterna flor,
Dizendo ao coração… Nunca mais.
Amor que sempre existiu em mim,
Enaltecido entre os demais,
Insana paixão que jamais terá fim,
Dizendo ao coração… Nunca mais.
Quisera eu que tal amor fosse verdade,
Enaltecido entre os demais,
Levaria-o comigo para eternidade,
Dizendo ao coração… Nunca mais.