um cometa com o seu nome
tudo foi rápido, repentino. como um cometa...
no início, vê-lo despontá-lo no céu,
fez meus lábios se abrirem num sorriso tímido...
seria uma estrela? (seria a mesma estrela que os amantes distantes namoram em suas janelas?)
talvez, não... parecia maior que isso...
ele foi se aproximando devagarzinho, quase que em câmera lenta,
meus olhos não conseguiam parar de olhar para aquele brilho no céu...
foi chegando cada vez mais perto,
as pontas dos dedos quase o tocando...
então, o sorriso se abriu gigante
e os olhos se encherem de lágrimas, de emoção...
o coração bateu mais forte: era como se aquele espaço gigante,
que sempre fora cinza e sem estrelas,
de repente, ganhasse um novo papel de parede
animado, colorido, mágico, iluminado.
preencheu o firmamento com cores, luzes e efeitos especiais.
meu peito se encheu de amor,
o mundo se encheu de amor.
mas... era apenas um cometa, lembra-se?
e, como bem sabemos, cometas são ligeiros, passageiros...
duram o tempo do seu encanto
duram o tempo do seu impacto
ele se aproximou, rápido como um raio,
tocando o meu olhar com a força da sua presença
e a princípio, pensei que longe ele ia na sua partida,
que tudo deixaria para trás: eu, o céu e o planeta.
sem que ninguém esperasse, chocou-se com o solo,
fazendo com que a força da gravidade, de repente, desaparecesse...
e tudo ficou suspenso no ar,
meus pés sem chão,
um coração devastado por um corpo celestial,
pairando em órbita num espaço,
novamente, cinza e sem estrelas.
09 de julho de 2018