Enquanto você dormia...
Vejo em silêncio as delicadas linhas de seu rosto, preservadas estão suas mais belas faces em todos os ângulos, a mesma graça de quando a vi pela primeira vez e que me fez pensar.
- Onde e quando já a tinha visto?
Não foram apenas em sonhos ou nas alamedas comuns por onde caminhávamos, se assim fosse jamais me esqueceria.
Sem a tocar alinho com cuidado seus cabelos e delineio numa imaginária aquarela suas pequenas mãos com orquídeas, suas preferidas, agora acolhidas com seu adorável e belo sorriso, quase sempre contido, afagadas pelos mesmos e encantadores olhos suaves e expressivos.
Moldo seus lábios com os meus e juro baixinho,
- Sei, e apenas sei, que a vi e a amei muito antes daquele primeiro dia...
Paulo Afonso de Barros