Amor em Aquarela
De um beijo tocado por línguas
sabes em ti o sabor imediato
olhos se fecham pelo êxtase do tato dos lábios
pernas que tremem a mingua no momento exato
do gozo que explode no profundo.
O ar que respira doçura
o sonho imaginário
um pássaro que gorjeia na noite
o som do silencio e a loucura
Oh que mãos avidas e incertas
doce é o gemido que invade o vento
que foge da boca pelo encantamento
nas areias os corpos estendidos
ao lado de verdes relvas atentas despertas
Faz-se do tenro fruto a devassa e os pecados
dos dedos postos em cavernas ardentes
e o mar ao longe silencia quando o amor murmura
nesta noite de encantamentos
palavras inconsequentes aos ouvidos amados
Quando o sol desponta no horizonte
apenas uma mancha de luzes amarelas
é como se um derradeiro nascimento fosse a ponte
para um novo amor desenhado em aquarela.