O Delegado do Deserto
Adormeci e me afoguei em um cruel pesadelo
Abandonada no deserto com um babão Camelo
Medos invadiam a solitária noite fria para me aflorar
Perdidamente eu via pirâmides e areias à me dominar
Diante da escuridão sem pretensão de um vazio sono
Alguma insanidade era varrida para vingar o abandono
A sensatez é a arma que nos interage ao necessitar
Gritando certezas e destruindo a confusão do buscar
Não dormir e ver ao vivo tantas coisas ruins
É nossa demência em pesadelo dentro do fim
Busco um desejo que invade e queima a paixão
Na audácia de consumir tudo e todo o seu coração
Eu vi um oásis d'entre um ângulo obtuso e unilateral
Você calmamente sorria banhando-se em água mineral
Invadi o seu deslumbrado, delicioso e voraz desejo
Em uma insana tara de suprir o que eu tanto almejo
Surgiram as serpentes rastejando a malícia da maldade
Dilaceradas foram aos seus disparos à minha saudade
Senti os seus beijos, sua pele e o seu ardente calor
Na inocência e sonhos do estar com você meu amor.