Uma história, outro poema
O teu silêncio,
de longa data,
ainda fere a alma.
Não é o tempo que
vai apagando,
pouco a pouco,
a tua lembrança.
Em mim teu rosto,
outrora tão vívido,
transforma-se em uma
fotografia antiga,
de traços desvanecidos,
dia após dia.
Mas o teu silêncio,
feito um punhal, corta
as arestas da alma,
deixa em branco o intervalo
antes das cinzas das horas.
O Mestre, em silêncio,
não mais lê a Bacante.
Palavras, antes submissas,
caíram no esquecimento,
perderam-se no espaço
entre duas cidades.
São Paulo.
São Salvador.
Santos citadinos de
metrópoles díspares,
de essências fragmentadas.
Mestre, Bacante, Poetisa.
Três faces, uma história, outro poema.