DEUS DARÁ

 


Dei-lhe a face em troca de carinho,
Mas a mão que acariciava,
Estava cheio de espinhos,
E sangrou a minha face.
Dei-lhe o caminho em troca
Do destino, mas como todo pergaminho
Foi desvendado o mistério,
E o sonho acabou.
Dei-lhe amor em troca da verdade,
Mas às vezes a mentira é raridade,
E o amor não fecundou.
Dei-lhe corpo em busca
Da saudade, mas quem abraçou não tinha
Saudade, e como flor desabrochou.
Dei-lhe quase tudo em troca
Do que não me deste,
E como praga, uma peste,
Foi grande a minha dor.
Dei-lhe aos “santos” as profecias
De Budapeste, e não mais deixaste deste,
E você sem mim passou.
Dei-lhe a minha vida que mais
Quiseste, mas a ferida é grande
E minha estrela é mais azul
Que o céu celeste,
Que até Deus ouviu a minha
Prece, que o mar ficou vermelho
De alegria, que da terra pedisse um dia,
Que Deus não desse o que me
Deste.

 

 

Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 27/06/2018
Reeditado em 10/12/2021
Código do texto: T6375293
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