Minh’alma entristecida levou-me a vagar,
Sem rumo, a intuição direcionou-me para o mar
Horas a fio fiquei a contemplar tamanha afinidade
Das ondas, que como meu coração choravam de saudade
Saudade do meu amor, e nestas horas sentidas
Ali sentada desenhei minha amargura, abatida
Num primeiro instante pensei que lavado seria
O meu coração, e minha dor ali acabaria
Engano meu, as ondas respeitosamente
Pouparam minha geometria e de jeito inteligente
Recuaram deixando intacto meu coração ferido
Tornei-me ciente de com o mar ter aprendido
Que o amor não é panfletagem, é digno de respeito.
Preservou meu coração com seu aquático afeto.
Deixando íntegra a geometria amorosa.
Quanta sensibilidade naquela onda morosa...!