Cafuné
Já não busco felicidade
Não me importa saber
Nem entender o que é a vida
Sinto não ter nada a perder
Mas os teus dedos levianos
O choque na minha cabeça
Levam-me para lá do corpo
Onde a alma é deambulante
Atento aos pormenores
Deitado no teu colo
Sonho sem cair no sono
Recolhes meus ombros
Logo percebo devagar
Como quando vou cantar
O vazio a para mim explicar
A beleza das coisas pequenas
Abro os olhos e te vejo
Sorridente por me ter
Alguma coisa tem graça
Nesta desgraça do sofrer
Não és apenas tu
Nem somos só nós sem o mundo
É o poder do teu afago
Ante o ânimo moribundo
Deixo-me levar pelos demónios
Na hora da amarga sensação
O teu resgate vem gostoso
Fazes-me cafuné.