Nena
Em passos lentos me vejo atenta
Ouve-se todos os ruídos, e num
pulsar de um coração bobo que insiste em bater,
Dissipa-se quaisquer desejos e medos do que não é real.
Vejo as cores se derretendo,
Me lambuzo.
De um silêncio
Donde vive aquele vazio raso
Me encontro enfim na profundidade de uma existência ingênua e ancestral
No ato. No toque. No corpo. Na poesia.
Ja não sou mais eu
Me torno mais do que posso ser
Sinto me infinita
Num olhar. Num calar. Num saber.
Presença que me deságua
Tu es fogo, tu és agua
És nuvem que paira sob meu espírito vagabundo,
Que vagueia pelo mundo.
És chuva morna.
E sob o sol, és prisma
Refletindo todas as cores
Até das que ainda não há nomes...
Continuo caminhando
Desvendando mistérios e dando dúvidas às respostas,
Continuo caminhando
Em passos lentos e atentos
Agora sob chuva morna, sob o sol
Sob uma lua uivante que me convida a bailar
Minha sensação
É você