Tempo Mutante
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(Por Aglaure Martins)
Meu mundo
entre olhares
d'mãos que a(colhem)
a flor da madrugada
em dias outonais.
O canto veio
em assobio
feito folha voou
nas arrestas do meio...
Todos os dias
o sol se esconde
desbota o céu
colore de negro a noite
encapa as estrelas.
[Olhos em espreita
d'um novo amanhecer...]
Ainda há vida
nesse jardim de girassóis ?
Cadê o vento que
não sopra a barca?
Meu mundo caracolar
criou raízes
se desfizeram laços
desataram-se nós...
[ Tempo mutante
que vive reticencias... ]
Dorme o riso
esboçando um sorriso
esperando a primavera
florir novamente os campos.
Quem dera poder aguar
o jardim com as tantas lágrimas
que encharcam a alma
e fazer-te rosa viva outra vez.
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JPACM0506201