A toda direção a que me viro

A toda direção a que me viro

há quem sofra de amar mal desejado:

há quem ame sofrer amor sofrido

e há quem vague com seu amor partido,

mas eu jamais sofri no teu cuidado.

Por certo derramei as minhas chuvas

de angústias nos abismos da saudade,

por certo trovoei minhas loucuras

em relâmpagos fortes de paúras,

mas sempre me beijaste à minha face

um beijo teu que, mesmo cibernético,

me alcança e me penetra o fundo ser

fazendo o que não pode nenhum médico,

unindo o coração junto do cérebro,

enchendo-me de glória e de prazer.

Então jamais sofri no teu cuidado

as dores que pensei que sofreria

por toda a existência mal amado.

E nunca me deixaste sem cuidado...

Nem somente uma vez sequer na vida!

Há quem queira que o outro lhe perceba

e dê valor ao doido amor que sente,

pedindo ao afastado mais cometa,

rezando com fervor de anacoreta,

mas é-me te chamar suficiente.

Há quem suplique a santos e ao Cupido

por uma companhia de valor,

o tesouro perfeito e infinito

no mar de multidão desconhecido,

mas tu já me trouxeste todo o amor.

Há ainda quem esteja condenado,

talvez sem esperança de mudar,

pensando que o amor foi encontrado

mas sendo cruelmente torturado,

enquanto tu me limpas até o ar...

Minha Abelha! Dois anos lado a lado

sem nos vermos além da tela seca!

Mas foi a minha bênção meu aguardo

paciente por ti e meu resguardo

pois sempre valerás a maior pena.

Minha Abelha! Serei teu cavaleiro

grato pela sagrada salvação

que somente a mulher ao cavalheiro

pode dar lhe aceitando o amor inteiro

sem ressalva, temor ou restrição!

Minha Abelha!... Se sou teu escolhido,

feliz carregarei o meu dever

de te amar desde as veias ao vestido

até que a morte encerre meu destino

tendo eu sido perfeito em que quis ser!

6,7/6/2018

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28/12/2019

Edição: Abelha posto em letra maiúscula.

Malveira Cruz
Enviado por Malveira Cruz em 10/06/2018
Reeditado em 28/12/2019
Código do texto: T6360526
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