A MINHA DOCE AMADA.

Eu silencio o meu pensamento quando me sinto moldado em tua face, emudeço também a tua passagem em meu sonho derradeiro, e que primeiro eu tento ocultar, nesse meu claro disfarce, que eu uso sempre quando posso flutuar, com vezes que sinto que sou apenas uma pena a esvoaçar.

Queria eu poder arrancar você do meu peito, e com jeito te afastar totalmente da minha lembrança constante, vedar com resina o brilho da retina, que teima em te iluminar, cena por cena, quadrante por quadrante, e eu procurando te ocluir em uma sextilha, o quanto é importante no agora em diante, em ser a tua vibrante companhia.

E eis que de repente, eu me sinto tão longe e alheado, não no sentido de distanciado, mas, do momento de recordação, que vem me mostrar que cada vez mais, que a vida é assim com uma alusão, atenta aos cinco sentidos que se espaça, em algo que vem para preencher o vazio, só por chalaça, e compensar todos os pedaços que me falta da tua graça, e por tantas vezes que tentei escrever as minhas palavras, agora já um tanto desgarrada de tudo que eu vivenciei, do certo que é você, a minha doce Amada.

Recusei as minhas verdades mais inocentes, pela tua insistência em encontrar mentiras evidentes, nessa lembrança que de ti me aproxima e me ilumina, fazendo você se enxergar em mim, e foi assim que deixei derramar em estamina, estrelas sem nenhuma emoção, dentro da minha solidão, nessa distraída intenção de fazer você me entender.

Eu vou prometer te multiplicar em mil, reconstruir o teu perfil, até te eternizar nas paginas do livro da minha história, essa memoria que repaginei, quando te encontrei refeita, feita como se fosse o chão da minha estrada, esta que foi pisada, e forjada com elos da nossa intensa paixão.

Marcus Paes
Enviado por Marcus Paes em 07/06/2018
Código do texto: T6357733
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