O vazio
O vazio fez-se mortalha
aderindo aos sentimentos
num tecido desbotado.
Hibernam asas atrofiadas.
Desejos chegam ao infinito
nos rumores do vento.
Ponteiros desmancham-se
nas horas adoecidas.
Redemoinhos
reviram a poeira
do mundo.
Rios podres transbordam
nas mãos dos assassinos.
Morrem as borboletas
na primavera de sal.