Cacos sobre a calçada
Tateio, patético, a calçada da sua rua.
Cato os pedaços do meu coração que partiste.
Para juntar as partes,
como cola, uso a esperança que me dá com teu sorriso.
De novo, inteiro, entrego-te
pra que o uses como quiseres.
Já não me pertence,
se não a dor que nele contém.
Quero gritar.
Mas sob teu olhar, me calo.
Em teu toque experimento o desejo e o desespero.
De que vale tudo isso?
Me tombo sob meus sentimentos.
Quero buscar em outros corpos o que não me dás.
A indiferença que me lanças faz com que duvide de mim mesmo.
Assombras a minha mente e me tiras o juízo.
Sinto apenas o desejo de ti.
Morra! Vá-se para longe de mim.
Já não te quero mais.