OUTONO
Os longos soluços do vento
Guardam ainda restos de verão
E o seu melancólico lamento
Dilacera-me o coração
Ah! que saudade das auroras
Dos dias da minha juventude
Que perderam-se em longas horas,
Plenas de silêncio, ébrias de quietude
E nas dobras do tempo, perdidos
Ficaram meus sonhos, meus amores
Que em cada ruga quedam esquecidos
E assim eu vou, pouco importa
Vagando a esmo pelos caminhos
Abandonado, igual às folhas mortas