O Tempo e O Depois
Bom tempo, meu bom tempo,
Quanto ainda tenho de sobra?
Será que o mesmo duma borboleta
Que em doze meses se desdobra
Pra cumprir maravilhosa
O seu papel neste planeta?
Bom poeta, meu bom poeta,
Eu não saberia lhe responder!
Pra que você quer saber?
Pra deixar dos momentos de ser?
Já pensou se toda borboleta
Que soubesse do tempo que tem,
Deixasse de pousar nas flores,
Deixasse de ser apreciada por deixar
Deste momento e outro viver?
Poeta, nada seria vivido
E eu seria o culpado deste motivo!
Pra nenhuma declaração dariam ouvidos,
O amor não teria chance,
Mesmo no último instante
Nada na vida teria romance!
Parar pra pensar em mim, poeta,
Tornam as chances inquietas,
Entorna e chora o leite derramado,
Lamentando por tudo ter dado errado...
É aí que você cai na real
Que eu, o tempo perdido,
Sou aquele que poderia ser vivido,
Mas que não fui porque alguém achou
Que estava perdendo o depois!