Desdobro a solidão em filigranas

Da janela entreaberta

Sinto o vento e,

Fecho os olhos,

Faço dobraduras com os sonhos

Desdobro a solidão

Em prateadas filigranas

Que me farão companhia,

Enquanto as horas, vagarosamente,

Tecem a madrugada fria

Desdobro a solidão

Em gotas de filigranas

Que junto com a lembrança

Dos teus carinhos

Emprestarão das tuas mãos,

Novelos de cores,

Beijados pelo tênue raio de sol-

Iniciando, assim mais um amanhecer...