Ao teu soneto

Nesse soneto que te aflora, compassivo

De um senão, de uma procura inquietada

Deixaste o corpo como nau embalsamada

Vagou tua alma como sopro redivivo.

Segue nos ventos que enganam timoneiro

Procura os lábios que desbotam a maresia

Disseste bem.; há vendaval na fantasia

Dos que intentam o navegar de marinheiro.

Encontrarás na tua casa, desejada

(Assim de ti, de ti eu sei, e por teus meios)

Aquele que calou a voz do teu destino.

E fique certa, poetisa, nesses enleios

Uma ilusão jamais será petrificada

Enquanto houver uma saudade em alexandrino.

Daquele que me ensinou a escrever. Lucas Tenório.