Morena Em Maturação...

Meu coração parecia estar ferido
Sorriso escasso nos lábios 
Silêncio gritando no ouvido
Ele cuspiu na minha dignidade
Quando zombou da minha humildade
Não queria sair
E nem ver ninguém 
Fiquei mais manhosa do que um neném
A muito custo saí na porta de casa
Atravessei a rua
E pisei nos ladrilhos da praça 
O pipoqueiro cumprimento-me como prática usual
Bom dia para a senhora da banca de jornal
Procurando um banco vazio para sentar
Entreti-me
Em meio aos pombinhos
Aos meus pés a migalhas implorar
O jardineiro vendo a minha tristeza
Me ofereceu uma singela flor
Crianças brincavam sem aspereza
Casais trocavam beijos furtivos de amor
As palavras dele vieram a minha mente
Prefiro as mulheres mais experientes
Não gosto de moças do interior
São isentas de carinho e de amor
Abaixei minha fronte em frente à Matriz
No mesmo instante em que ligaram o chafariz
Começa a ventar...
O Guarda da Igreja aquela moça se põe a observar
Agora venta mais...
Como se o vento apenas quisesse
Tocar os longos cabelos da moça de Batatais
Ele vem correndo em sua direção 
Até se deparar com uma morena
Segurando firme um simples vestido de algodão 
As vezes ser esperto não vale a pena
Gostoso mesmo
É sentir o maturar de uma morena
Ela olha para o Guarda meio sem jeito
Pede a ele que tire uma fotografia
Ao fita-la na lente
Sente um aperto no peito
E subitamente leva um susto
É aquela moça do interior
Tão carinhosa
Transbordando amor sob o busto
Sorria...

 

 
Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 30/05/2018
Reeditado em 30/05/2018
Código do texto: T6350784
Classificação de conteúdo: seguro