GOTAS

Eu bebi

Gotas do teu sangue

Não lembro se

No café da manhã ou

Quando tinha delírios febris

No jantar da noite anterior

Eram gotas doces

Com gosto de frutas frescas

Colhidas nos pés descalços

Nos calos dos teus pés

Doeu em ti

Cada gota

Sugadas à exaustão

Num inverno suarento

Os dias eram tão claros

Despidos estavam de nuvens

Sopradas a todo momento

Pela gigante boca do vento

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29.05.18

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 29/05/2018
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