Em vermelho e negro

Eu a vejo em vermelho e negro

Uma borboleta não é mais linda

Embora bela seja ela

Tal a formosa mulher que ela é

Então as palavras escorregam mansas

Da alma e vão se esconder nos desvãos

De uma calma necessária da aflição

Uma doce ternura invade o coração

E volto a vê-la

que passeia bela outra vez entre

as letras de outros versos

também em negro e brilho intenso

tão só, e tão comigo e tanto amor

que vai deixando a cada passinho

mansa, elegante, sutil e bela flor

sim, amor e flor, sim porque não há dor

sim, sei que a pieguice tomou-me

o senso e não ligo, não sinto mais pejo

e nem importa isso, nem se não a vêem como a vejo

a minha existência ilumina-se

com a visão minha de tua calma

como se lhe visse mesmo a alma

inteira, talvez até a aura em brilho

E se isso não é amor, não sendo dor

não ainda desabrochado o botão da flor

Serão rosas, lírios, cravos, jasmins até

margaridas ou flores exóticas...

Qualquer delas a inspirar do perfume

intensa paixão, ardor em profusão

...em nome do amor no balaio da ilusão