Precipitadamente
Ninguém conhece Deus até ser apresentado para Ele. E quanto a tu? Antes de tomar consciência de teu Criador, o dirão: Deus já lhe amava, incondicionalmente. Assim o é para com todas as mães que amam aos seus, antes de lhes conhecerem os frutos e depois de lhes conhecerem. Há também relatos do homem que após ter avistado uma desconhecida por ela declarara o seu amor à primeira vista.
É óbvio, leitor, que as três situações não se equivalem! Personalidades diferentes, demonstram o seu amor em intensidades e em formas diferentes. Ninguém ama como Deus senão o próprio Deus. Ninguém! Nem o próprio Deus amará como tu. Cada um tem a sua perda, a sua dor e o seu destino.
Aquele que busca no conhecimento o Poder teme o que não pode controlar e, quem ama, não deseja controlar o outro, pois não teme que Ele se manifeste e seja quem é.
Quanto tempo levará para perceber que esta afinidade que a tanto procuras é interesse teu e mera e feliz coincidência do destino, onde o outro, simplesmente, não existe? Quanto tempo levará para perceber que esta ausência de afinidade de que tanto foges é apenas questão de ajuste manual em sintonia fina? A transmissão leva tempo e nunca vos será perfeita, pois ambos são imagem e semelhança de Deus. Somos construção inacabável. Somos potenciais em constante expansão quântica.
Amar não se trata de conhecer o outro. Trata-se de conhecer a si mesmo. É sentimento que brota de dentro pra fora. Vista-se do lado avesso! E se a estima que Ela o fizer sentir por si mesmo não for amor, o que sobrar de ti (se sobrar) com certeza não o será.
Ainda assim, tu - que mal conhece a ti mesmo - dizes desejar conhecê-la melhor para, então, dizer que a ama? Ouça! Não espere tanto tempo. Receio que as perdas possam ensinar que o amanhã o seja tarde demais.
Por isso, faça-me um enorme favor, não busque explicação para o que sente, pois a ciência só explica o que é capaz de ver.
Amar, eu creio, é arte dos loucos, precipitados e ridículos.