No Limite da Mágoa

Ainda o tempo dura

e já outra luz me revela

na boca quente das emoções.

Ando devagar e sinto, manso, o vento.

Paro e tudo o que é de ver me passa pelos olhos,

pela sensação de possuir

até palavras que ninguém tem como suas.

Corro ao teu encontro.

És corpo, destino, sexo e mar.

E travo-me no limite da mágoa,

sou contigo caminho e aventura.

Ah o tempo que a vida dura,

cinzento hálito de rosa

em que me vejo espinho, dor e sangue.

Corro no medo de mim. Tenho de meu um só corpo,

barco velho para ir com as ondas que me cheguem

insensíveis e cegas, mas ainda água.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 21/05/2018
Código do texto: T6342585
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