No Limite da Mágoa
Ainda o tempo dura
e já outra luz me revela
na boca quente das emoções.
Ando devagar e sinto, manso, o vento.
Paro e tudo o que é de ver me passa pelos olhos,
pela sensação de possuir
até palavras que ninguém tem como suas.
Corro ao teu encontro.
És corpo, destino, sexo e mar.
E travo-me no limite da mágoa,
sou contigo caminho e aventura.
Ah o tempo que a vida dura,
cinzento hálito de rosa
em que me vejo espinho, dor e sangue.
Corro no medo de mim. Tenho de meu um só corpo,
barco velho para ir com as ondas que me cheguem
insensíveis e cegas, mas ainda água.