BYRON & A FEIA
E eu amando! Eu que fui o chicote do amo!
Um carrasco dos suspiros afetados;
Um crítico, quer dizer, um vigilante constante;
Um tirano implacável sobre as gracinhas do Moleque;
Mais que qualquer mortal não importa o qual!
Esse Moleque volúvel, choroso, lerdo, pródigo;
Esse velhaco júnior, gigante-anão, Mestre Cupido;
Regente das rimas amorosas, senhor dos de braços cruzados,
O soberano dedicado aos suspiros e gemidos,
Lorde de todos os vadios passivos e descontentes,
Príncipe pavoroso do insondável, rei d’onde jorra o gozo
Imperador absoluto e grande general
De fazer barafundas e bagunças:--Ah, meu coraçãozinho:--
E eu ser uma cobaia sua agora,
Vestir as cores de um bamboleador de circo!
O quê, eu! Eu fazer a côrte! Eu procurar uma mulher!
Uma mulher, sabes como é, é um relógio alemão,
Sempre necessitando reparos, sempre fora de compasso
E sempre desajustada, sendo uma engrenagem,
Mas vira e mexe regulada para ver se ainda serve pr’algo!
Ná! Ser vítima de perjúrio, juro de pé junto’, é o pior de tudo;
E, dentre três opções (bonita e má, feia e boa, feia e má), amar a pior;
Criatura caprichosa com sobrancelhas de veludo,
Com duas agulhas no lugar do buraco dos olhos;
Ai! e, por deus, conseguirão o que querem (me flechar!)
Como se Argo fosse seu eunuco e guarda-costas:
E eu a suspirar por ela! Querendo contemplá-la!
Rezar por ela! Me deixar levar rumo à doença infecciosa
Que o Cupido me impôs dado meu descuido
Em reconhecer sua todo-poderosa valentiazinha
Pois bem, vou amar, suspirar, rezar, escrever, cortejar e gemer
Alguns amam mulher desta feita, outros princesas.