CATADUPAS

Inspirei-me na Lua Cheia

De uma madrugada de verão...

O que queria: compor uma canção

Para saborear o que me cerceia.

Tomei do violão, incitei melodia,

As palavras gritavam em tom de epopeia

E as cordas sussurravam em prosopopeia

No perfume das flores de alquimia.

E as aventuras decompuseram minha vida

Em fragmentos da paixão consumida

Pela volúpia dum cio que me fez estremecer.

Num coral de estrelas evoquei o amor

Que se fez redemoinho para sobrepor

Da ternura, o carinho do meu prazer.

E do violão se houve uma disparada

Dum sentimento febril em cataratas

Que em meu peito se instalou, docemente...

A música elevou meu íntimo ainda tímido

À sofreguidão das noites num estágio tísico...

O coração adormecido verteu lágrimas pungentes

E as sensações se renovavam a cada segundo...

Minhas emoções eram centelhas do ardor

Que me queimavam o ventre do excelso amor

Aliciado pela ventura de enxergar o mundo

Pelas vozes que tornam o homem, etéreo...

E, assim, fiz de mim dócil composição

Donde se extrai dum ingênuo coração

O libido das massas do amor hemisfério!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 20/05/2018
Código do texto: T6341830
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