CATADUPAS
Inspirei-me na Lua Cheia
De uma madrugada de verão...
O que queria: compor uma canção
Para saborear o que me cerceia.
Tomei do violão, incitei melodia,
As palavras gritavam em tom de epopeia
E as cordas sussurravam em prosopopeia
No perfume das flores de alquimia.
E as aventuras decompuseram minha vida
Em fragmentos da paixão consumida
Pela volúpia dum cio que me fez estremecer.
Num coral de estrelas evoquei o amor
Que se fez redemoinho para sobrepor
Da ternura, o carinho do meu prazer.
E do violão se houve uma disparada
Dum sentimento febril em cataratas
Que em meu peito se instalou, docemente...
A música elevou meu íntimo ainda tímido
À sofreguidão das noites num estágio tísico...
O coração adormecido verteu lágrimas pungentes
E as sensações se renovavam a cada segundo...
Minhas emoções eram centelhas do ardor
Que me queimavam o ventre do excelso amor
Aliciado pela ventura de enxergar o mundo
Pelas vozes que tornam o homem, etéreo...
E, assim, fiz de mim dócil composição
Donde se extrai dum ingênuo coração
O libido das massas do amor hemisfério!
DE Ivan de Oliveira Melo