TRÊS OITAVAS DE AMOR
Ainda que me açoite
A dor de te perder,
Vago pela noite
Doidivano apaixonado,
Sem rumo sem prumo sem norte,
De bar em bar boêmio
Até quando alva lua
Desnude minha sorte.
Volto para ver-te, ter-te,
E apresto-me em agradar-te.
Sei que não mereço a ti,
Sei que não mereces a mim,
Mas, por infortúnio nosso,
O amor traiu-nos o destino
E trouxe-nos unidos
Para este eterno embate.
Uma batalha de querer não querendo,
Uma volúpia de suor e lagrimas,
Um desejo no fio da navalha,
Um lençol que se enrosca
Como mortalha,
Uma raiva que enfurece,
Que nos submete
E enfim, nos derrota.