LÚCIFER À MADRIGAIS ÍSIS

Há muito tempo numa era remota, muito tempo das lembranças minha perdidas em lendas

Uma Rainha de Baturité, apaixonada por um Príncipe de Redenção,

Retirou do rio Pacotí uma tiara de Ouro e safiras

em que se banhava com nudez e carinhos do tempo invernal.

E Elder entoou uma epopéia de canções primazes

fez ele uma melodia em lágrimas pra mim

Dessa canção e dessa melodia venturosa surgiu a áurea lembrança da beleza de Eleonora...

Ó Rainha que a pobreza desse redencionista em Hermes traduziu o apocalipse de cana e mangas Yasmim

(il la vit tourner dans L'eau noire... Caellus dei luminus...)

Ó mais amor quis insurgir canções ao tempo...

Francesco e em tão mais Elder Vidal entre escuridão receosa

Estabeleceram pelo templo escuro Ó Pandora virgem na matriz

lírica Eleonora, do rico poeta dos decrépitos deste nosso amor conclusivo à tempestades choras...

Foi na Redenção há tanto sonhei,

Nervosa Rainha da cidade aos Montes de Nosso Senhor no Cruzeiro!

Ó já não se frustram diademas em plena coroação plebéia...

Pois Eleonora é estrela que caiu e nunca mais

Nessa varanda carnavalesca vendo o rebolar das borboletas...

Em quem qualquer outro poeta nas sombrias trevas encontra um lugar.

Ó Francesco, ó Elder é por miragem nua à flor Irlandesa?

E o que eu vejo nas sombras?

Quem é esse Príncipe de Redenção, esse lançado à flecha aguda um fim em tristezas...

Profundidade do rio que naufraga heróis e mortos...

Às profundas estórias de um oceano cearense

Porquanto, até os anjos em óperas cantam o amor do Senhor

De tons em seus violinos que regem alma eletrônica?

Não queres tu meu amor um só beijo?

Não desejas mais três ou quatro amores em uma vida toda?

Ó alfaias desta casa que o fogo consome ateu.

O desfazer de meninices e garbos teus

Ó indigente na fome do amor pela vida?

O elo que aparta espíritos cruéis? Sim: Elder

(A mesma sina e o mesmo destino)

O ouro e o urânio que corrói irmãos nas galáxias gêmeas

(Ninfa donzela do Baturité que queima fogo espiritual)

São juntos sóis de Maio outrora juntos morrerá

Nesse amoroso sonho poético

Na contundência limiar do sagrado,

a Rainha e seu amado exalam as delícias de furacões.

Quando soube meu amor da protetora blindagem de Apolo

O idílio lírico em lirismo conjunto aos faróis do Id elemental.

Infernal delicadeza de carinhos quero,

mas cuidado Eleonora: se a flâmula perecer queimando e me atiçando sutilezas mornas

queimando, o globo donde guarda saudades e ais!

Pois o sonho e o amor nos vibram...

Guerras e poemas em megatons me abalam

é noutro tempo o querer de vida tenebrosa para estórias violentas

é tudo um símbolo de paixão e louco amor por sexo

e o que vale uma rima dessa Rainha do Norte às rosas púrpuras.

Leões em delícias: "Doravante os passarinhos querem depositar nas nossas cabeças ninhos de incredulidade sem mais paixão e esses invólucros assassinos e tenazes são guiados para um baú negro com satânicas e cabalísticas mensagens,

Sem nenhuma lembrança do inferno ou de paraísos em nossas solidões claustrais?"

Curandeiros cantam na montanha em coro angélico

a solidão e a angústia das bruxas ao meu medo infantil:

"Mais ninguém aguenta a estória de duas almas, nem ao menos nessa lembrança cobradora de súplicas cruentas, nem neste segredo intrincado de beijos?

Que pretendem eles?

É esta a lembrança casuística e sem dó do disco voador dançando numa miragem solar e venerável...

Agredindo a paz de deusas e deuses nus?"

Calma, minha Rainha desse Baturité em epopéias luminosas --------- uma voz é ouvida, ressoando mulheres de sons angelicais de pobres caídos se sabe onde...

Agride, e esclarece minhas culpas?

Pois foi um acidente escrever meus sentimentos para Lúcifer embriagado...

Foi apenas sonhos e certezas?

Em puxada diversão monstruosa e buscas de sentido pra vida errante...

Ano a ano, nossa lírica vida é um sopro minha Rainha

Meu tão gigante menino Baturité...

Dia a dia sofre...

Mês a mês geme de dores...

Ano a ano clama por carinhos...

Dos anjos à Lúcifer trina os passarinhos engaiolados de Eleonora

Ó Elder por que fala tanto?

sai em mimosas flores de danças e apogeos cruentos...

Ao rio que morre e ressuscita nos mares azuis...

Engenhosas métricas das lágrimas tão admiráveis e amoráveis de imperfeitos

É de pôr do Sol o casamento e os efeitos da separação

Um fim de assassinar gira-sóis que contemplam o divino amor

Queres viver a graça prevaricada no futuro distante em meu coração bandoleiro?

Dependo desta livre predestinação em Eleonora dança à dragões amarelos

Pois o amor facilita a paixão da lua

Quero me converter em poeiras de cadáveres santos

Quero me converter em ossos decrépitos e esses ossos são místicas afirmações do meu fim por presidiário da paixão.

Por querer o amor redentor...

Pelo nosso santo desejo na cama...

Não existe misericórdia da espada...

Nem luzes a guiar cegos do meu entendimento por ti amor meu.

Ó quimeras a mente escraviza

e se dissolvem no vendaval dos seios arfantes...

Ficarei quieto, anjos e arcanjos,

cara Rainha desta canção ordinária.

Não afundam os sonhos e o planeta neste girar Copérnico

só dançam planetas e luas das sombras da breve morte.

Não aclame Lúcifer...

Não convoque amigos bêbados...

Ó disse uma voz. Seu amor é pobre

queima arcanos num fogaréu místico e sagrado

para acertar a consciência vilipendiada

dos sonhos que adentram seres extraterrestres.

Não se ouve mais poetas no Baturité

todos foram convidados ao meu casamento

lírica donzela que me diz...

É esse rio que atravesso ao Reino dos mortos e iludidos.

Baturité canta

Eleonora canta

Elder entoa melódicas ideais deste fascínio.

Mas, por vezes enquanto sofro, uma sereia nua de pele em pêssegos maduros (ou framboesas com maçãs e mangas) se diverte num simplório imaginar infernal e lunático.

Sou tímido com as donzelas...

E quero compor esse poema sem medo ou vergonha...

Elder de Fortaleza à Baturité... Meu professor sonhador da realidade contagiante em vitórias.

Eleonora não existe, e o poeta já não chora...

Nem Lúcifer se alegra dos velhos garbos de Patrícia Angelica

Três músicas é um só soneto

Cinco coros são oitocentos colossais veludal...

Então, este simplório escreve malícias

Claudicante na vespertina manhã

do versiprosar em sonhos que nunca mais...

Mais um amor

Mais uma pétala do coração caído em flor.

Flor tu és uma inefável à madrigais Ísis...

Eleonora és meu sonhar e sinal poético febril.

Elder o bardo desvaneceu em um início do adeus...