DONZELINHA PORTUGUESA

Acorda, ó donzelinha... É tudo luar...

E aos meus pequeninos caminhares, quem é que clama no meu coração?

Ó acorda donzelinha do teu leve soninho sossegado de anjo puro,

Quão os teus luares e lampiões, com tudo em flores dos jardins do Paraíso...

Donzelinha...

Acorda... Sim os monstros, eu te prometo foram embora...

Nem anjos para trazerem o acaso da paixão ardente...

No luar da noite preguiçosa, como saber onde existe estrelas,

Na noite enluarada e vulcânica, sobre horizontes azuís...

As estrelinhas ecoam como cigarras luminosas de música...

Donzelinha...

Ó vento galáctico está clamando na calçada do tempo,

Ó ventania enovelou-se como uma amálgama ave dos sonhos...

Acorda, ó donzelinha de brocados de Ouro... Meu anjo belo,

Acorda, ó sonho bendito de antes das madrugadas pífias?

Ó donzelinha... Ó cigarrinha ecoante de inebriantes sombras.

Donzelinha...

Ai, ai, ai... Vos meus caminhos do Nordeste... Mas tão acima da via láctea,

Como surgiu as aparências tão atraentes desses fantasmas...

No luar que acolhe o Sol...

No luar que floresce luminares estéreis...

No amor que banha o apogeu das letras...

Eu amo a língua das parvas enobrecedoras...

Eu durmo no colo de Portugal minha mãe...

Ó acorda, donzelinha de futura assombração do rio Tejo,

Pois minha donzelinha é minha mística, Ó língua, Ave Maria.

Donzelinha...