Acima das Estrelas
À noite, insônia.
O peito chora a dor
de um amor passado.
Paixão sorrateira
como torrentes de água ou tufão,
tempestade de verão.
A alma busca nas lembranças
o beijo doce e ardente,
as estrelas do céu da tua boca
constelação de um puro amor,
que virou pó, remanescência.
A luz refulge, longe, toda a noite
quando em penumbra te busco,
à janela,
a olhar as luzes da cidade.
Luzes essas, nunca podem iluminar
minha alma nebulosa
de saudade tua,
de dor.
E é apenas lágrima
cada ponto dessa luz, outrora fúlgida,
agora poeira,
lembrança,
estrela decadente desse teu amor
a chorar na janela
da minha memória.
Paula Belmino