EM NOITES DE CAÇA
Sinto suas unhas cavando em meu íntimo
Fuçando na lama das minhas angústias
Procurando por pérolas que eu nem sei
Se meu peito é digno de esconder tesouros
Sinto seu odor invadindo minhas narinas
Desinfetando-me de toda dor e vingança
Trazendo ar límpido para dentro das veias
Tornando mais leve o bater do meu coração
Sinto sua presença em meu refúgio
Decorando as paredes com tons úmidos
Fazendo-me ver a beleza das manhãs chuvosas
E refazendo-me em cada tecido descompassado
Sinto sim, o amor que me toma entre soluços
Resgatando-me da escuridão dos erros
Desenhando diante dos meus pés uma trilha
Que serpenteia entre pessoas e objetivos
Levando-me até aos seus lábios revigorantes
Onde renasço em noites de caça e calor