Estação
Posso disfarçar, mas não tem jeito
Sinto um calor queimar meu peito
Meu espírito vai se desfolhando em teimosia
Em imaginárias laudas carregadas de poesia
Nelas te busco escondido
Nelas é possível me escapar o proibido
Fecho os olhos e de flores se enche o ambiente
Um perfume que quase se sente
A felicidade seminua com sua silueta à amostra
O vento brinda com o mar, a sua chegada na costa
Contarei os sorrisos espumantes desta colisão?
Uma “eletrixcidade“ perpassa meu corpo tirando meu chão
Um vento frio me percorre a espinha
Sei, não é o Minuano, quiçá apenas uma sensação minha.
Outono, inverno, primavera ou verão?
Meio perdido, tentando encontrar a estação?
Giro a bolinha de tungstênio tal qual um dial
A realidade como interferência, chiados da moral
Mas hoje vou girar até encontrar
Pois é forte a vontade de numa onda te sintonizar.