DESTINO

Sem que haja vestígios de onde vem, sem que haja rumores para onde vai,

Vem e segue o vento cortando as nuvens, descendo pelas montanhas, alcançando os vales,

Vem e segue na superfície das águas, lambendo o rosto, dançando o mesmo ritmo que o destino,

Aprendemos a definir os sentimentos em duas cores, catatonia de preto e branco,

E não sabemos definir quando perdemos os parâmetros às demais tonalidades,

O que se perde entre as linhas das teorias e os borrões das práticas, são meras disparidades,

Ao final não haverá um santo ou pecador que afirmará a direção entre um sim e um não.

Da folha não importa a condição, se limpa, amaçada, suja ou pisada,

A caneta é o seu olhar, a história abstrata, tatuada na alma causando vertigens,

Eu estou desiquilibrado no mais correto dos meus dias,

Flutuando entre nuvens e meu coração queima nas chamas de um aclamado paraíso,

Estou tão distante como nunca estive dos meus dias maus,

Eu estou em algum lugar de mim, afogado em regozijos, chamando-o sagrado,

E não importa de onde vem e nem para onde vai, que o destino seja o mais puro amor em suas asas da paz.

Dança com seus lábios em minha boca,

E sente o que o coração fala em silêncio,

Dança com sua mão em minha cintura,

E sinta da alma um manancial de arrepios,

Os meus passos seguem na direção,

E é você o meu mélico destino.

Canta o poema dos autores desconhecidos,

E conheça a linha de cada desejo meu,

Canta o que a palavra não basta,

E conheça os meus segredos,

Que para ti são cadeados abertos,

Convidando-o para ficar.