O amor
O AMOR
De que tens medo,
Pobre criança?
O amor não é brinquedo
Perigoso, desafiador.
É entrega, serenidade, cuidado,
Esperança de dias melhores.
Não há amor
Quando há desconfiança,
Armaduras e defesas.
Ele não é raio laser
Que atravessa paredes
Rompendo barreira,
Destruindo por onde passa.
É como a água que parece frágil
E se retrai quando a represam.
E, no entanto, de tanto
Bater na pedra, rompe-a
E vai ao seu interior.
Seja inocente, sem preconceito
E terás o teu quinhão
O teu direito:
Viverás romântica
O teu amor.
Não há semântica
Que explique a entrega.
Não há filosofia que mostre
A beleza sem dissabor.
Não há lógica, preconceito.
Não há problema imperfeito
Mas solução para a dor.
Aceita o outro como ele é;
Como você: com medo,
Com receio, com cansaço,
Criatividade e arte,
Com riso, com descarte,
Equilíbrio e descontração.
Não se precipite, mas demore
Tomando uma decisão.
Há tempo forte para o amor.
Há tempo fraco na preparação.
O amor é o sentimento do improviso.
A encenação do seu interior
No momento decisivo,
De se abrir e se expor.