Criação

Os que estavam no trono,

criaram pra si a luz.

Eram dois que cultivaram um,

para lhe servir de inspiração.

E este soltou de sua boca,

a mais linda melodia.

Que entrava com volúpia para

ambos ouvidos.

E se fazia ouvir nos quatro cantos

do novo templo.

Em todo o tempo a chama ardia,

para sua inspiração.

Até que o vazio cresceu,

e o mesmo era insaciável.

E produziu um novo som,

uma tormenta melódica.

Ainda sim agradável

aos ouvidos.

Mesmo que a enervação

fosse visível.

Ambos aceitaram o quê

o sentimento produzia.

Ainda sim a dor crescia,

e nem mesmo a chama inspirava.

O som antes voluptuoso,

agora rangia ao adentrar os ouvidos.

Mas eles ainda ouviam,

e se deliciavam neste novo estranho.

Certo dia,

Um novo seguimento nasceu.

Proveniente do vazio,

atrelado a tristeza.

Uma mistura de consternação

com escárnio.

E este não agradou a ambos,

que bradavam palavras hostis.

Hostis para o que o sentimento

se tornara.

Então levantaram-se de seu trono

e partiram para lados distintos.

E o sentimento criado,

por muito não aguentou.

Ele definhou ali,

morreu de desamor.

Matheus Lacerda
Enviado por Matheus Lacerda em 08/05/2018
Reeditado em 19/05/2019
Código do texto: T6331203
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