Criação
Os que estavam no trono,
criaram pra si a luz.
Eram dois que cultivaram um,
para lhe servir de inspiração.
E este soltou de sua boca,
a mais linda melodia.
Que entrava com volúpia para
ambos ouvidos.
E se fazia ouvir nos quatro cantos
do novo templo.
Em todo o tempo a chama ardia,
para sua inspiração.
Até que o vazio cresceu,
e o mesmo era insaciável.
E produziu um novo som,
uma tormenta melódica.
Ainda sim agradável
aos ouvidos.
Mesmo que a enervação
fosse visível.
Ambos aceitaram o quê
o sentimento produzia.
Ainda sim a dor crescia,
e nem mesmo a chama inspirava.
O som antes voluptuoso,
agora rangia ao adentrar os ouvidos.
Mas eles ainda ouviam,
e se deliciavam neste novo estranho.
Certo dia,
Um novo seguimento nasceu.
Proveniente do vazio,
atrelado a tristeza.
Uma mistura de consternação
com escárnio.
E este não agradou a ambos,
que bradavam palavras hostis.
Hostis para o que o sentimento
se tornara.
Então levantaram-se de seu trono
e partiram para lados distintos.
E o sentimento criado,
por muito não aguentou.
Ele definhou ali,
morreu de desamor.