ainda a definir

nesta noite
sonhei com Maria
e a religião
que o nome
carrega.
ela desaparecia
conforme os sons
se afastavam.

olhe para sua filha,
mãe. este templo
construído
em amor e carinho
está se desmoronando.
ela quer ser descoberta,
mostrar que também tem
amor
e que pode ser amada.

mas mãe, será que
você não percebe?
por acaso estaria cega?
sua criança está no palco,
mudando o tempo,
mudando a cena.
o único amor que conheceu
se destruiu nos cortes que
você causou, e a cocaína
não serve mais de
anestésico.

teu rosto está molhando,
mas não é sua culpa
como eles tanto falaram
querendo que fosse.

segura-se, não vá flutuar
logo agora
que as nuvens estão cinzas.
é capaz que pegue um
resfriado.

podemos deitar um pouco, e
podemos conversar
um pouco
até você esquecer o que está
aí dentro
ou cair no sono.

mas mãe,
quem sou eu para fazer
promessas?

quem sou eu?

quem?

luzes se apagam
olhos se fecham
e
clichés ainda cobrem metáforas
em seus véus.

não há nada de anormal
nisso.
Cleber Junior
Enviado por Cleber Junior em 08/05/2018
Código do texto: T6330946
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