O AMOR É PARA OS FORTES
Recebeu-o com secura atacâmica.
Segura daquele amor!
Nenhuma água sobre as flores.
Nada de calores.
Impressionante frieza patagônica.
Mal o olhou nos olhos
Com sua particular desatenção.
Aquilo era, até certo ponto, seu modus operandi.
E ele, como um Davi,
Teve que enfrentar o gigante,
Filofóbico monstro!
Ficou ao seu lado.
Deu-lhe forças,
Não a deixou para trás.
Não aceitou o subsolo,
longe da luz.
Inabalável fé!
Persistir era lançar-se em mares revoltos.
O amor não pode ser,
plúmbeo,
uma expiação,
um fardo,
concessão.
Reconditamente pensou:
Guarde para si, esse seu medo.
Posso içar velas e navegar
Por mares conhecidos,
Repletos de sirenas e marítimas correntes.
Não temo.
Como um Ulisses panfletário
Sempre quero a casa voltar.
Não me afligem as tentações.
Navego confiante.
Pensou também:
Mas, eis que vem o vento norte.
Podendo tudo mudar.
Aqueles bilhetes com atitudes, afetos e amores,
foram postos em suspensão.
Pus placas explicativas,
indicações.
Lancei mão de adágios
e de uma filosofia vulgar
para te dizer tanto.
Mas imperava uma anemia.
Pensou ainda:
Quando quiser,
o melhor de mim já terá se esgotado?
Não.
O seu medo de amar
não me atirou em calabouços.
Nada demoverá meus pilares:
O gosto por viver e a disposição para amar.